Manhã de 7 de setembro de 2013. Estou em Recife. Muito cedo levantei.
Fui até a sala e lá estava o vidro de perfume de Carlos Sacramenta, soberano
entre meus livros de Sociologia na estante da sala. São trinta anos de
convivência e solicitações de que não o deixe nesse ambiente, destoa da
decoração. Sacramenta dorme a sono solto. Lembrei-me que Edgar faz a mesma
coisa. Eles começam a se arrumar no banheiro, passam para o quarto e finalizam
na sala. Vencida, escrevi esse poema:
O TAL PERFUME
Esse vidro de perfume
Tem lugar na
penteadeira
No armário do banheiro
Tem a sua prateleira
Mas o proprietário dele
Que dono da casa é
Insiste em dar-lhe
assento
Em outro canto qualquer
De preferência na sala
Nas vistas de sua
mulher
O pior é que esse
costume
Já vem fazendo herança
O herdeiro q’uele fez
Assisti desde criança
Repete por sua vez
A mesma beligerância
E agora em vez de um
São dois vidros de
perfumes
Que na sala descansa.
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