NA ERA
DA TECNOLOGIA
Quando
os primeiros caixas eletrônicos foram instalados em Belém do Pará, havia uma
gravação com uma voz feminina que nos passava o comando da operação a ser
realizada no banco 24 horas.
Carlos
tinha por hábito levar os meninos consigo quando se tratava de pequenos
afazeres domésticos. Isso os tornou, sem dúvidas nenhuma, desembaraçados.
E
foi assim que numa bela tarde de verão estava aquele pai sentado numa cadeira
de balanço na calçada de casa, bem à moda paraense, observando a vida sob o
cair da tarde.
Os
rebentos, todos soltos na Travessa Itororó, bairro do Marco, muito envolvidos
com as brincadeiras de correr, pular, andar de bicicleta, empinar papagaio. Um
contexto bem suburbano que, indiscutivelmente, permite às nossas crianças,
ainda nos dias presentes, as experiências da infância que são imprescindíveis
para a coordenação motora, por exemplo.
Vez
por outra, um vizinho sentava-se um pouco junto a nós para uma breve conversa.
Assim estávamos eu e Carlos no fim do dia, reparando meninos na rua, no belo
cair da tarde em Belém do Pará.
Quando
de repente, nossa Luísa (três anos), surge em nossa direção, dominada pelo
sentimento que o momento despertara, empolgadíssima com uma ideia que acabara
de conceber. Impetuosa convida:
—
Pai, vamos passear!? Vamos pai!
—
De fato Luísa, a tarde está convidativa e é uma grande ideia, mas papai está
sem dinheiro. – ESCLARECE Carlos sem o menor problema de revelar a realidade
dos fatos para tão pequena criatura. Contudo, Luísa redargui vigorosa:
—
NÃOOOO! Vá lá... - e imitando a voz da secretaria eletrônica, resolvida, Luísa põe-se
a explicar: p-a-s-s-e s-e-u c-a-r-t-ã-o;
r-e-t-i-r-e s-e-u d-i-n-h-e-i-r-o! -
Carlos olha-a com carinho, solta uma gargalhada é conclui:
—
Como aprendem rápido as mulheres!
Imaginei toda a cena! Luísa provavelmente estava com aquele "bigodinho de suor"!!! Saudades....
ResponderExcluirExatamente! Também temos saudades de tudo e todos. Abraços.
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