OS QUINTAIS DE BELÉM
Belém tem uns encantamentos que não tem fim.
Umas
esquinas de ontem que dão um ar bucólico à cidade que insiste em não mudar de
século.
Uns
quintais... Ah! Os quintais de Belém... Em pleno centro da cidade, com
goiabeiras e touceiras de açaí, pé de sapoti e abacateiro. Chicórias brotam
pelos cantos, coentros são plantados. Erva cidreira, canela, capim santo, tudo
pra fazer chá, que cura... Cólica, dor de cabeça, insônia, acalma... Alimenta!
Deve
ser por causa das chuvas que tudo brota assim, sem muitos zelos, vai crescendo.
E
os jardins?... Nesses não faltam papoulas, Jasmim Buquê e Estrela, e Tajá
então? Espada de São Jorge?! Zina, Crista de Galo, e Cravo?! Flores de sempre
em Belém, Flores de minha infância, minha mocidade e de minha maturidade
também.
É comum encontrar nos jardins das casas e até
mesmo das repartições (que palavra mais antiga!), mamoeiros. Sempre tem um pé
de mamão.
Agora
mesmo, estou na casa da Linguagem localizada na Avenida Nazaré onde tem um espaço
que fica a baixo do nível da rua, bancos de praça... Um coreto. É um jardim que
lembra muito as casas e fazendas Espanholas e Mexicanas, pois o quintal ou o
jardim fica pra dento fazendo das paredes da casa grande, o muro. Pois nesse
jardim na casa da Linguagem, no centro da cidade de Belém tem alguns pés de mamão
plantados. Encontram-se agora carregados do apreciado fruto. Há que disputá-los
ainda com as pipiras, apreciadoras contumazes do natural produto. Estão assim,
postos à conta de adorno, mas que alimenta... A seiva da abelha, o bico do Beija
Flor, as gentes e suas lembranças. É o bucolismo de Santa Maria de Belém do
Grão Pará.