quinta-feira, 30 de abril de 2015



FIDEDIGNO


Se tu me fosses leal a vida todinha,
A qualquer hora independente dos fracassos;
Quando perturbações infindas se avizinham,
E não somente quando te achas em embaraços...

Mas qual? A cumplicidade somente é minha
Da tua boca... Chegam-me somente os percalços...
Tuas tristezas, tua fronte aos pedaços...
Tua certeza de que, minha mão amiga, tinhas!

Por que não chegas antes disso tudo?
Cúmplice meu por inteiro te postas?
Experimentarias a felicidade plena,
E não me sentiria unicamente uma encosta.

Tornas-te um travo no céu de minha boca
Meus olhos duas fontes a verter
Meus braços para ti já não se querem estender
Como em recentes épocas, onde fomos só querer.

Júlia Câmara

Recife 29 de maio de 2013.


quinta-feira, 23 de abril de 2015


“TEU OLHAR”


Quando te deito
Sobre meu leito
Ofegante fica meu peito
E eu em ti me deleito

Quando trançam nas minhas
As pernas tuas
E teus pelos e tu em mim te aninhas
As minhas e as tuas pernas nuas...

Quando trocam salivas as bocas nossas
E em mim deslizam tuas mãos
E as nossas peles se roçam
Sinto ofegante sensação

Mas...
Quando tu sussurras em meus ouvidos
Palavras que mais parecem um fado lindo
E quando fitas meus olhos com tal ardor
Como na hora em que se faz amor
Tu me despes, teus olhos me deixam nua
E eu vivo um delírio encantador
E então assim me sinto tua! 

domingo, 5 de abril de 2015





CHUVA da TARDE

À tarde a chuva vem

Caindo e molha Belém,

E as gentes que vão passando

Correndo e a chuva molhando

Ao vento que vai e vem;

É assim toda duas horas

Da tarde, breve, sem demora,

Que a chuva cai ditando a hora

Na cidade de Belém.