Edgar com as Negras(como ele costuma chamar as irmãs Ana Júlia e Ana Luísa) em Belém do Pará no Boteco das 11 |
COISAS DE EDGAR
Edgar, também conhecido como
Magal, sempre foi boa praça, muito bem humorado. Quando pequeno era complicado
chamar-lhe atenção. Tinha umas tiradas! Certa vez voltado do hospital da
Aeronáutica no Recife com ele, parei numa banca de revistas para olhar algumas
publicações que versavam sobre decoração. Ele imediatamente pediu-me:
─ Mulher, me dá uma
palavra cruzada? – fiquei olhando pra ele que já havia me pedido um sem número
de coisas no hospital e comecei a resmungar:
─ Uma palavra cruzada?!
Então agora você quer uma palavra cruzada, Edgar? Muito bem. Uma palavra
cruzada. Veja?! – o homem da banca a nos observar e ele pequenino, apenas oito
anos de idade me observando tranquilo, serenamente assentindo com a cabeça
afirmativamente. Então finalizei meu resmungo dizendo:
─ Ora vejam, uma palavra
cruzada?! – Fez-se um breve silêncio e ele voltou-se para mim novamente e disse:
─ Então me dê duas!
AINDA EDGAR
Houve um período em que
fazíamos o Evangelho no Lar justamente aos domingos às 20h. Mas justamente às
16h o Mormaço encerrava a entrada grátis nas suas dependências à beira rio em
Belém do Pará. O estabelecimento acolhia estudantes universitários, aqueles que
estão na fase dos preços módicos e vivem em busca de bagatelas, gratuidades e
coisas do gênero. Nesse domingo Edgar sucumbiu aos prazeres da carne e foi
acompanhar um amigo até o Mormaço com a SINCERA proposta de regressar em tempo
para o encontro semanal que a família desenvolvia há mais de duas décadas. Como
ele não fazia uso de bebida alcoólica o caso era só dançar, ficava muito fácil
dar-lhe crédito nessa proposta de regresso para o referido compromisso, ainda
porque ele adora essa reunião familiar. Contudo, não foi o que aconteceu. Até a
hora de irmos nos recolher ele ainda não havia chegado. A coisa tinha ficado
sedutora MESMO! No dia seguinte Edgar mantem-se no quarto por longo tempo
esperando que todos saíssem para que ele pudesse colocar a cara “sem vergonha”
fora. Estava constrangido e, lá pelas tantas da manhã, quando resolve sair de
seus aposentos, eis que a mãe simultaneamente sai do seu quarto como numa cena
de novela muito bem ensaiada. Edgar com a cara mais safada do mundo franze a
testa como que querendo se desculpar. Um silencio invade o ambiente. Olham-se e a mãe exclama:
─ Ah Edgar! Ah meu filho!
Eu não quero nem falar... – e ele se sai com essa:
─ Mulheeeeer, Deus está
em todo lugar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário